Perceber o cancro do pulmão
Os tumores que têm início no pulmão, dividem-se em dois grupos principais: cancro do pulmão de não-pequenas células e cancro do pulmão de pequenas células, dependendo de qual o aspecto das células envolvidas, quando observadas ao microscópio. Estes dois tipos de cancro do pulmão, crescem e metastizam de formas diferentes, ou seja, têm um comportamento distinto e, como tal, são também tratados de forma diferente.
O cancro do pulmão de não-pequenas células, é mais comum que o cancro do pulmão de pequenas células e, geralmente, cresce e metastiza mais lentamente, ou seja, tem um comportamento menos agressivo. O cancro do pulmão de pequenas células é menos comum que o cancro do pulmão de não-pequenas células. Este tipo de tumor cresce mais rapidamente, e é mais provável que metastize para outros órgãos.
Epidemiologia
O cancro do pulmão tem sido desde há várias décadas o tumor mais frequente do mundo. Representa 13% dos novos casos de cancro anualmente. Em Portugal a sua incidência é cerca de 30 casos por 100.000 habitantes por ano.
O cancro do pulmão é também a causa mais frequente de morte por cancro, representa quase 20% das mortes por cancro. Em Portugal, como no resto do mundo, a sobrevivência destes doentes é uma das menores entre todos os cancros.
O tabagismo é o principal factor de risco de cancro do pulmão. Entre 80 a 90% dos doentes com cancro do pulmão fumam ou já fumaram. Considera-se que o tabaco causa 70% dos cancros do pulmão mas só 20% dos fumadores é que desenvolvem cancro do pulmão.
Prevenção e Diagnóstico Precoce
A prevenção do cancro do pulmão passa fundamentalmente pela adopção de hábitos saudáveis, nomeadamente não fumar e evitar ambientes de fumo. Passa também por estar alerta aos sintomas da doença, devendo consultar o seu médico caso os mesmos se manifestem.
No caso de ser um fumador habitual, deverá realizar consulta periódica com o seu médico de família ou um pneumologista, para efectuar um diagnóstico precoce do cancro do pulmão.
Sintomas
Os sintomas de cancro do pulmão não são exclusivos, podem aparecer noutras doenças. O facto de ter um ou mais dos sintomas aqui descritos não significa que tem cancro do pulmão.
Deverá estar atento e consultar o seu médico se tiver os seguintes sintomas:
– uma pneumonia que não fica curada;
– dor torácica;
– falta de ar;
– tosse com sangue.
Diagnóstico
Os exames utilizados mais frequentemente para o diagnóstico do cancro do pulmão, são os exames de imagem como a radiografia, a Tomografia Axial Computorizada (TAC) e a fibrobroncoscopia. Caso o resultado dos mesmos indiquem uma suspeita de cancro do pulmão, será necessário efectuar uma biopsia pulmonar para avaliação pela Anatomia Patológica, a única forma de confirmar o diagnóstico da doença.
Tratamento
A grande maioria dos doentes diagnosticados com cancro do pulmão são diagnosticados em fases avançadas da doença, não sendo candidatos a tratamento curativo.
Cerca de 9% de todos os doentes com cancro do pulmão são diagnosticados numa fase inicial e são candidatos imediatos a tratamento curativo. Combinações de quimioterapia e/ou radioterapia são estratégias adjuvantes que permitem recuperar para tratamento curativo uma percentagem adicional de cerca de 6%. Assim, cerca de 15% de todos os doentes com cancro do pulmão podem beneficiar de um tratamento curativo que consequentemente eleva a expectativa de qualidade de vida e a sobrevivência.
O único tratamento curativo existente é a CIRURGIA.
Cirurgia
A cirurgia toracoscópica assistida por vídeo (VATS) revolucionou a forma como os cirurgiões diagnosticam e tratam a patologia pulmonar, iniciando uma nova era de progresso e desenvolvimento na cirurgia torácica. A evolução técnica permitiu que nos dias de hoje seja possível a realização de ressecções pulmonares anatómicas para tratamento do cancro do pulmão por abordagem minimamente invasiva, através de um número reduzido de portas de acesso e sem a necessidade de utilizar um afastador de costelas. O número de ressecções pulmonares anatómicas efectuadas através desta abordagem tem crescido exponencialmente por toda a Europa, tornando-se a abordagem de eleição em muitos centros de referenciação.
Na Casa de Saúde da Boavista temos uma equipa especializada e treinada para o tratamento do cancro do pulmão através de uma abordagem por uma porta única com cerca de 3 a 4 cm (VATS Uniportal).
Os benefícios desta abordagem incluem:
– Menor dor
– Melhor resultado estéticos e funcional
– Internamento mais curto
– Recuperação e regresso à atividade diária normal mais rápido