Insuficiência da válvula Mitral
Do mito à realidade

O que é?
A insuficiência da válvula Mitral é caraterizada pela incapacidade de a válvula Mitral, no lado esquerdo do coração, fechar corretamente. É a doença valvular mais frequente nos Estados Unidos e a segunda mais frequente na Europa. Esta patologia pode ter muitas causas e o prognóstico vai depender da gravidade da insuficiência e do tempo de evolução da doença.
A válvula Mitral tem um papel muito importante no normal funcionamento do coração, pois tem de abrir e fechar em cada batimento cardíaco, para permitir a passagem, da aurícula para o ventrículo esquerdo, do sangue com oxigénio que chega dos pulmões. Do ventrículo esquerdo, o sangue é ejetado para todo o corpo e, quando a válvula não fecha bem, uma parte do sangue volta para a aurícula esquerda. A regurgitação do sangue para a aurícula esquerda provoca uma congestão dos pulmões, maior esforço cardíaco e menos sangue oxigenado a circular.
Quais os sintomas?
A insuficiência da válvula Mitral pode ser assintomática, se a doença for ligeira ou se tiver pouco tempo de evolução. Na insuficiência mais grave, podem surgir sintomas de insuficiência cardíaca, como fadiga, falta de ar e palpitações. Se a doença for grave, e não for tratada, pode evoluir para insuficiência cardíaca progressiva e morte.
É muito comum o diagnostico clínico de um “sopro mitral”, mas, na maioria dos casos, a insuficiência Mitral é ligeira e não tem importância clínica, nem necessidade de tratamento. Contudo, quando existe uma suspeita clínica de doença da válvula mitral, o diagnóstico deve ser esclarecido com um ecocardiograma, o melhor exame para avaliar a doença valvular cardíaca.
Como se trata?
O tratamento vai depender dos sintomas, da gravidade e da causa da insuficiência da válvula Mitral. Geralmente, a insuficiência ligeira pode ser estabilizada com medicamentos, mas, quando a doença é moderada ou severa, a cirurgia para reparar ou substituir a válvula é, geralmente, recomendada. Quando a intervenção cirúrgica está indicada, a reparação da válvula deve ser sempre considerada, pois, quando possível, melhora o prognóstico.
A abordagem cirúrgica pode ser realizada por esternotomia, com uma incisão anterior pelo esterno, ou por mini-toracotomia vídeo-assistida, com uma pequena incisão lateral entre as costelas. Em casos selecionados, quando a cirurgia não é possível por risco muito elevado ou quando a anatomia da válvula é adequada, pode ser considerado como tratamento alternativo a colocação por cateterismo de um clip na válvula Mitral.
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