CANCRO DA BEXIGA
O cancro da bexiga, apesar de poucas vezes falado, é bastante frequente sendo o quarto tipo de cancro mais frequente nos homens e o oitavo nas mulheres em Portugal.
O fumo do tabaco é o principal fator de risco sendo responsável por mais de metade de todos os cancros da bexiga. Outros fatores de risco, como a exposição ocupacional, podem estar também envolvidos, mas hoje em dia têm perdido alguma preponderância face ao peso da exposição tabágica enquanto fator de risco para esta doença.
Embora alguns casos de cancro da bexiga possam ser inicialmente silenciosos, existem vários sintomas que estão associados a este tipo de cancro e que não devem ser descurados. Na maioria dos casos, o primeiro sinal de alerta é a presença de sangue na urina. Contudo, este não é o único sintoma com que nos devemos preocupar, pois podem surgir outras alterações nos hábitos urinários que podem estar associados ao cancro da bexiga, mas com menor frequência nomeadamente: urinar com mais frequência, sensação de urgência e dor na região pélvica ou na região lombar. A presença de qualquer um destes achados pode justificar uma consulta com um especialista em urologia.
Perante uma suspeita de cancro da bexiga, é iniciado o diagnóstico que inclui alguns exames específicos, além de um exame de urina simples. Habitualmente, são realizadas uma ecografia vesical, uma cistoscopia (exame endoscópico da bexiga) e uma citologia urinária para se tentar identificar células tumorais em suspensão na urina. Se a presença de cancro da bexiga se vier a confirmar, em alguns casos, é igualmente importante avaliar a extensão da doença e, para isso, pode ser requerida uma TAC toraco-abdomino-pélvica.
A Casa de Saúde da Boavista possui atualmente equipamentos de endoscopia vesical de última geração, digitais e flexíveis que permitem obter uma excelente capacidade diagnóstica.
Em 75% dos casos, a doença encontra-se apenas nas camadas superficiais da bexiga aquando do diagnóstico (ou seja, trata-se de um tumor não musculo-invasivo). Nestes casos, a raspagem cirúrgica do tumor pode ser o tratamento suficiente. Trata-se de um procedimento minimamente invasivo, que não deixa qualquer cicatriz no pós-operatório. É obrigatório fazer-se este procedimento quando existe a suspeita da presença de um cancro de bexiga e, na maioria dos casos, esta raspagem tem um papel diagnóstico (retirando-se amostras que permitem analisar o tipo do tumor e a sua profundidade em relação à superfície da bexiga) e terapêutico (quando se remove esse mesmo tumor na totalidade).
A deteção atempada deste tipo de cancro pode ser suficiente para um tratamento minimamente invasivo e bem-sucedido. A probabilidade de cura é maior quando estamos perante tumores superficiais, não musculo-invasivos, e diminui no caso de tumores mais profundos e mais avançados.
Se é fumador, sem alguma vez apresentou estes sintomas ou se tem dúvidas não hesite em contactar o seu urologista.