Cirurgia da obesidade. Bypass ou sleeve gástrico?
QUAL A MELHOR CIRURGIA PARA MIM?
Critérios para a cirurgia da obesidade
A obesidade é uma doença crónica, complexa e multifatorial, sendo considerada a epidemia do século XXI. Os critérios para cirurgia de obesidade são um índice de massa corporal (IMC – calculado pela seguinte fórmula: peso em kg / altura em metros, elevada ao quadrado) superior a 40 (obesidade mórbida ou grau III) ou IMC superior a 35 (obesidade grau II) com patologia associada (por exemplo, diabetes tipo II, hipertensão arterial, dislipidemia, patologia cardiovascular – enfarte ou AVC, doença do refluxo gastro-esofágico, patologia osteoarticular, apneia do sono, entre outras).
Em doentes selecionados, a cirurgia dita metabólica poderá ser realizada em doentes com IMC entre 30 e 35 e síndrome metabólico associado (diabetes tipo II – insulinorresistência, hipertensão arterial, dislipidemia – aumento dos triglicerídeos e/ou diminuição do colesterol HDL, aumento do perímetro abdominal) de difícil controlo. Faça aqui a sua avaliação de risco.
Antes da cirurgia é importante excluir patologias endócrinas tratáveis (por exemplo hipotiroidismo, síndrome de Cushing, síndrome de ovário poliquístico, hipogonadismo, défice de hormona de crescimento, hiperinsulinismo endógeno/insulinomas e pseudohipoparatiroidismo), que podem ser responsáveis por 5 a 10% dos casos de obesidade.
Tipos de cirurgia
Assim, nos pacientes com indicação para cirurgia, após uma adequada avaliação multidisciplinar (cirurgia, endocrinologia, nutrição e psicologia), existem diferentes opções cirúrgicas, nomeadamente o bypass gástrico e a gastrectomia vertical ou sleeve gástrico. São cirurgias com resultados semelhantes, com preparação e pós-operatório muito idênticos, mas que poderão ter indicações e contra-indicações específicas diferentes.
A tabela seguinte resume as principais semelhanças e diferenças entre estas 2 cirurgias.
Alguns aspetos, nomeadamente a idade (extremos etários), o padrão alimentar (volume eater vs sweet eater), a história familiar de cancro gástrico, a diabetes mellitus tipo II, a doença de refluxo gastro-esofágico, a necessidade e o sucesso da erradicação do Helicobacter pylori (bactéria do estômago presente em cerca de 80% da população), constituem fatores importantes que deverão ser tidos em conta aquando da escolha do tipo de cirurgia a realizar.
Compromisso para o sucesso
Independentemente da cirurgia escolhida, é fundamental um empenho sério do doente no processo de perda de peso, aliando a cirurgia a um plano nutricional estruturado e a um programa de atividade física, ajustados às necessidades e capacidades de cada um.
A cirurgia não é um milagre, é, sim, uma ajuda fundamental neste processo complexo, que é a perda de peso e sua manutenção ao longo do tempo!