Cirurgia minimamente invasiva é definida quando a abordagem cirúrgica é realizada através de incisões mais pequenas comparativamente, com a cirurgia convencional.
Para a cirurgia da válvula mitral convencional é necessário cortar o esterno para ter acesso ao coração (esternotomia).
Alternativamente, na cirurgia da válvula mitral minimamente invasiva o acesso ao coração é realizado por pequenas incisões no espaço entre as costelas sem necessidade de cortar nenhum osso e com a ajuda de uma câmara video (mini-toracotomia vídeo-assistida).

A abordagem minimamente invasiva permite a realização de todos os procedimentos na válvula mitral como a reparação da válvula, sempre que possível, ou a sua substituição por uma prótese. Adicionalmente, a mini-toracotomia vídeo-assistida permite a realização concomitante ou isolada de outros procedimentos cardíacos como o encerramento do apêndice auricular esquerdo, a ablação de fibrilhação auricular por criotermia, o encerramento de comunicação inter-auricular, a reparação ou substituição da válvula tricúspide e a remoção de tumores intra-cardíacos.
As vantagens da abordagem minimamente invasiva quando comparada com a esternotomia incluem: melhor resultado estético, internamento mais curto, recuperação e retorno à atividade normal mais rápida, menos dor, menos perda de sangue durante a cirurgia, menos risco de infeção da ferida operatória e ausência, quase total, de restrições físicas no pós operatório (como não poder conduzir ou dormir em decúbito lateral por um período mínimo de 6 semanas, recomendado na abordagem por esternotomia).
Nem todos os pacientes são candidatos a cirurgia cardíaca minimamente invasiva e a abordagem cirúrgica deve ser discutida e ponderada entre o paciente e o cirurgião com experiência neste tipo de procedimentos.