HORÁRIO
2ª a 6ª feira
9h00 às 21h00
O corpo humano é composto por uma rede infinita de vasos sanguíneos que garantem a sobrevivência de todos os órgãos. Existem três grandes grupos de vasos, as veias, as artérias e os linfáticos, podendo cada um deles desenvolver doenças específicas, seja pela presença de fatores de risco, agressões externas ou tendência genética.
A doença venosa, a mais conhecida, apresenta-se sobretudo sob a forma de varizes, derrames, edema. É muito prevalente e pelas suas complicações ou atingimento estético, afeta 1 em cada 3 portugueses. Das varizes visíveis, insuficiência de veias superficiais ou obstrução da circulação venosa, à trombose venosa ou tromboflebite, os riscos são significativos, seja de embolia pulmonar ou de desenvolvimento de úlceras venosas, com risco elevado de perda permanente da qualidade de vida. No entanto, medidas de prevenção adequadas podem evitar muitos destes problemas. Uma intervenção atempada pode controlar os danos estéticos e funcionais. No domínio do tratamento a evolução tem sido extraordinária e permite que com técnicas como a radiofrequência, o LASER ou a espuma se possam garantir com tratamento minimamente invasivo os melhores resultados funcionais e estéticos.
A doença arterial, presente em 10% da população acima dos 60 anos, pode manifestar-se de várias formas em todo o organismo. A hipertensão arterial, o colesterol elevado, consumo atual ou prévio de tabaco e diabetes aumentam significativamente o seu desenvolvimento, muitas vezes sem qualquer sintoma. Desde a obstrução de vasos do pescoço e dos membros inferiores, o pé diabético até à dilatação arterial ou aneurisma, o risco de perda de membro e a mortalidade é elevada.
Na Clínica de Cirurgia Vascular encontra um corpo clínico inovador e experiente, empenhado na prevenção e no tratamento seguro e eficaz de todas as doenças vasculares. A Casa de Saúde da Boavista é uma unidade hospitalar dotada de todas as técnicas avançadas e minimamente invasivas para o tratamento cirúrgico e endovascular da patologia venosa e arterial.
A nossa prioridade é a sua saúde e bem-estar proporcionando resultados estéticos e funcionais de excelência.
Casa de Saúde da Boavista | Tradição na Inovação
DOENÇA ANEURISMÁTICA
Os aneurismas, definidos como dilatações anormais de um vaso sanguíneo, atingem até 7% da população com idade superior a 65 anos. Os aneurismas mais comuns surgem na artéria aorta, mais frequentemente no abdómen, podendo contudo aparecer em qualquer local do organismo. A sua prevalência é maior em doentes do sexo masculino e com história de consumo de tabaco. Sendo na maioria silenciosos, apresentam risco de rompimento com graves consequências para a saúde, pelo que o diagnóstico precoce e tratamento é prioritário.
O tratamento pode ser Cirúrgico, com substituição da artéria por uma prótese, ou tratamento inovador Endovascular com implante de uma prótese coberta através de um pequeno orifício a nível das virilhas. Entre as vantagens do tratamento endovascular encontram-se a rápida recuperação e baixos riscos, podendo o doente voltar à vida diária habitual em 24 a 48 horas, sendo atualmente o tratamento comprovado com melhores resultados imediatos.
A Casa de Saúde da Boavista apresenta atualmente as mais avançadas capacidades técnicas e instrumentos inovadores para garantir uma tratamento seguro e eficaz dos aneurismas.
DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA E PÉ DIABÉTICO
Atingindo 1 em cada 10 adultos, a doença arterial periférica revela-se uma das mais graves doenças atuais, sendo responsável pela perda da capacidade de mobilidade e mesmo perda de membro. Com o aumento de doenças como a hipertensão e a diabetes, o número tende a aumentar.
A apresentação mais comum é a claudicação, ou dor no músculo da barriga da perna ou nádegas com a marcha, podendo chegar a dor ou alterações da sensibilidade em repouso, até feridas no pé e gangrena.
O Pé Diabético, com o aumento mundial da incidência de diabetes, é cada vez mais uma problema de saúde pública. Está associado a deformação progressiva, feridas não cicatrizantes e infeção profunda do pé, sendo ainda mais grave na presença de diminuição da perfusão arterial, pelo que o diagnóstico, acompanhamento regular e tratamento precoce é prioritário.
Na Casa de Saúde da Boavista temos uma equipa de profissionais especializada em doença arterial periférica, com acompanhamento permanente e com capacidade para realizar as mais avançadas técnicas de revascularização (aumento da circulação), como o bypass, angioplastia ou implante de stent.
DOENÇA CEREBROVASCULAR E ESTENOSE CAROTÍDEA
A estenose carotídea apresenta uma prevalência aproximada de 3%, sendo responsável por 1 em cada 5 Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). O seu desenvolvimento aumenta com a idade e com a presença de fatores de risco para aterosclerose como o aumento do nível de colesterol e hipertensão arterial.
Na Casa de Saúde da Boavista encontra um conjunto de profissionais capazes de diagnosticar e de o acompanhar em todas as fases do seu tratamento. Desde a cirurgia de endarterectomia carotídea até ao stenting ou implante de malha protetora, preocupamo-nos com a sua saúde e do seu cérebro.
DOENÇA RENOVASCULAR
A hipertensão arterial, na maioria primária ou sem causa aparente, pode originar-se de uma oclusão da artéria que alimenta o rim. O seu diagnóstico e tratamento, utilizando técnicas endovasculares avançadas, permite resolver eficazmente a obstrução, contribuindo para o controlo das tensões arteriais.
DOENÇA VENOSA SUPERFICIAL E VARIZES
A doença venosa, presente em um terço da população, está associada a complicações como a trombose venosa profunda ou tromboflebite, além de uma perda muito significativas da qualidade de vida uma vez que as varizes superficiais podem conferir dor ou desconforto importante. Por outro lado, estadios mais avançados da doença podem cursar com alterações da pele das pernas, bem como úlceras não cicatrizantes nesta localização.
Na Casa de Saúde da Boavista estamos empenhados na melhoria da sua saúde. Dotados das mais avançadas técnicas atuais de tratamento de doença venosa, como Radiofrequência, Laser e Espuma, garantimos os melhores resultados, com tratamento minimamente invasivo e resultados estéticos máximos.
DOENÇA VENOSA PÓS-TROMBÓTICA E ÚLCERA VENOSA
A trombose venosa profunda ou formação de um coágulo nas veias profundas, sendo menos frequente, confere riscos significativos na fase inicial como libertação do coágulo e embolia pulmonar, além de complicações tardias, como dor intensa, inchaço ou edema persistente, alterações da coloração da pele, varizes recorrentes e úlceras venosas. O seu tratamento requer uma correta compreensão do problema, tratando-o precocemente, controlando os riscos e complicações a longo prazo.
Na Casa de Saúde da Boavista temos uma equipa dotada e empenhada no tratamento de doença venosa profunda e úlcera venosa, com avaliação integrada e multidisciplinar (Angioplastia venosa, Pressoterapia, Drenagem Linfática, Terapia de Pressão Negativa e Tratamento de Úlcera Venosa Resistente), de forma a garantir o melhor tratamento atualmente existente.
ESCLEROTERAPIA LÍQUIDA E ESPUMA DE VARIZES
A técnica de escleroterapia ou “secagem” permite tratar eficazmente vários tipos de varizes, nomeadamente as conhecidas “aranhas” vasculares. Utilizando uma punção com agulha ultrafina, a injeção local de uma solução terapêutica em forma liquida ou em espuma, guiada muitas vezes por ecografia, possibilita a eliminação de forma eficaz e duradoira de um conjunto específico de varizes.
Na Casa de Saúde da Boavista, recorrendo a uma equipa experiente neste tipo de técnicas, estamos cientes da necessidade do tratamento seguro e eficaz das suas varizes, com o máximo resultado estético.
DESBRIDAMENTO QUÍMICO E HIDROCIRÚRGICO
O tratamento de feridas agudas e crónicas, de que são exemplo as úlceras venosas, é um reconhecido desafio terapêutico, podendo demorar vários meses a anos. No seu leito esse tipo de feridas apresentam diversas vezes tecido desvitalizado e fibrina, que atrasa a cicatrização e promove a colonização bacteriana e posterior infeção.
Recorrendo a técnicas de desbridamento químico, cirúrgico ou mais recentemente hidrocirúrgico, por bisturi de água que protege a pele sã, na Casa de Saúde da Boavista realizamos o tratamento das suas feridas de forma eficaz e indolor, promovendo a desejada cicatrização.
TRATAMENTO DE FERIDAS POR PRESSÃO NEGATIVA
No tratamento de feridas agudas e crónicas, a cicatrização é frequentemente lenta e os cuidados de penso dolorosos e repetidos. Para a evolução positiva é necessário garantir o ambiente fisiológico e nutritivo para a granulação e cicatrização.
Na Casa de Saúde da Boavista, recorrendo à técnica de tratamento de feridas por pressão negativa, aliada frequentemente à técnica de desbridamento, é possível acelerar a cicatrização de todo o tipo de feridas, garantindo um ambiente propício à cicatrização. Pela suas características únicas, permite ainda diminuir a dor e desconforto com os cuidados de penso, recuperando a sua qualidade de vida.
ECO-DOPPLER VENOSO OU ARTERIAL DOS MEMBROS INFERIORES
O Eco-Doppler é um exame que utilizando a avaliação anatómica geral, estudo da direção do fluxo sanguíneo e determinação dos padrões e velocidade de fluxo, permite avaliar e diagnosticar doenças das veias e artérias dos membros inferiores.
DOPPLER E MEDIÇÃO DE PRESSÕES ARTERIAIS DOS MEMBROS
Utilizado rotineiramente no diagnóstico, seguimento e controlo terapêutico de doenças arteriais periféricas, como claudicação ou pós-operatório de revascularização arterial, permite avaliar o tipo e intensidade de perfusão sanguínea dos membros.
ECO-DOPPLER VENOSO OU ARTERIAL DOS MEMBROS SUPERIORES
O Eco-Doppler é uma exame que utilizando a avaliação ecográfica geral, estudo da direção do fluxo sanguíneo e determinação dos padrões e velocidade de fluxo, permite avaliar e diagnosticar doenças das veias e artérias dos membros superiores.
ECO-DOPPLER VASOS DO PESCOÇO
Sendo um recurso essencial no diagnóstico, seguimento pré e pós operatório de doença carotídea, permite avaliar e caracterizar o grau de obstrução de placas ateroscleróticas das artérias carótidas e vertebrais, assim como a sua anatomia e dimensões. Permite ainda estudar as veias jugulares e vertebrais.
ECO-DOPPLER ABDOMINAL
Indicado tanto na doença aneurismática como na obstrutiva dos vasos sanguíneos abdominais, possibilita os estudo da anatomia e padrões de fluxo da artéria aorta e ilíacas, vasos viscerais como artérias renais, ou ainda veias profundas como as veias ilíacas e a veia cava.
ANGIOGRAFIA ARTERIAL DE SUBTRAÇÃO DIGITAL
A angiografia digital, utilizando um cateterismo arterial, é um exame requerido frequentemente no estudo do doença obstrutiva arterial. Permite avaliar de forma precisa o interior dos vasos sanguíneos, determinando milimetricamente obstruções de fluxo sanguíneo.
Atenção:
– O estudo angiográfico requer administração de produto de contraste, se for alérgico ao produto deverá informar o seu médico
– O cateterismo arterial exige repouso absoluto e vigilância nas primeiras 6 horas após a intervenção
– Deverá trazer um acompanhante no dia do exame
– As instruções e exames pré-intervenção necessários serão fornecidos
ANGIOGRAFIA VENOSA OU FLEBOGRAFIA
A angiografia venosa ou flebografia, utilizando uma punção venosa superficial ou profunda, é um exame requerido frequentemente no estudo da doença obstrutiva venosa, por exemplo, após trombose venosa. Permite avaliar os locais de obstrução do fluxo venoso, variações da anatomia ou desenvolvimento de novas veias ou colaterais compensatórias.
Atenção:
– O estudo angiográfico requer administração de produto de contraste, se for alérgico ao produto deverá informar o seu médico
– Deverá trazer um acompanhante no dia do exame
– As instruções e exames pré-intervenção necessários serão fornecidos
CORREÇÃO DE ANEURISMAS POR IMPLANTE ENDOVASCULAR
Os aneurismas ou dilatações arteriais, atingindo mais frequentemente a artéria aorta, tem como causa principal a aterosclerose. Na maioria dos casos são assintomático e podem crescer progressivamente até um tamanho em que o risco de rotura é elevado. No caso de rotura é fatal em mais de metade dos doentes.
O tratamento clássico ou cirúrgico envolve a substituição desse vaso por uma prótese através de abertura do abdómen. Com o desenvolvimento de novas técnicas e próteses endovasculares é possível excluir ou selar o aneurisma através do implante de uma prótese dentro do vaso sanguíneo. A introdução no vaso é possível através de uma artéria na virilha, a artéria femoral, com recurso a uma incisão milimétrica.
Na Casa de Saúde da Boavista, recorrendo aos mais avançados instrumentos de imagens disponíveis e conhecimento técnico e científico, é possível corrigir os aneurismas de forma segura e eficaz. O implante de prótese de perfil ultrabaixo permite que com uma punção na virilha, apenas com anestesia local, seja possível tratar a doença, com recuperação até 24h. O diagnóstico e tratamento atempado e eficaz, cómodo e seguro, é a nossa prioridade.
ANGIOPLASTIA E BYPASS DE ARTÉRIAS DOS MEMBROS
O desenvolvimento de isquemia crítica, ou seja, diminuição da circulação arterial do membro que compromete a sua viabilidade, promove a necessidade urgente de tratamento. A sua progressão leva a perda do membro em 40% dos doentes no intervalo de um ano.
A revascularização, com aumento da perfusão do membro, pode ser feita recorrendo a técnicas cirúrgicas de bypass, com prótese ou veia, ou através de angioplastia com ou sem implante de stent, ou seja, com cateterismo do membro através de punção do vaso com anestesia local.
Na Casa de Saúde da Boavista temos disponível uma equipa altamente treinada nas técnicas mais avançadas de angioplastia e bypass. Com recurso a um diverso leque de materiais e gestos terapêuticos, estamos empenhados no tratamento precoce e eficaz da sua doença, evitando consequências graves para a sua saúde.
ENDARTERECTOMIA E STENTING CAROTÍDEO
A doença obstrutiva dos vasos carotídeos, mais frequentemente por placas de aterosclerose, é a causa mais comum de Acidente Vascular Cerebral (AVC) por embolização de artéria do pescoço.
O tratamento da estenose carotídea é realizado pela técnica tradicional de endarterectomia carotídea (remoção cirúrgica da placa), agora com anestesia local, ou recorrendo a implante de stent, uma malha de nitinol que abre a circulação e protege a placa de romper, tudo isto por cateterismo de um vaso da virilha ou braço, sob anestesia local.
Na Casa de Saúde da Boavista temos em atenção os riscos da estenose carotídea, em especial na presença de sintomas. Recorrendo a uma equipa ciente destes cuidados e conhecedora das mais avançadas técnicas endovasculares e cirúrgicas, estamos empenhados no diagnóstico precoce e tratamento seguro e eficaz.
STENTING RENAL
Na hipertensão renovascular, definida como originária de obstrução da artéria que alimenta o rim, o controlo tensional mesmo com múltiplos fármacos é por vezes impossível.
Na Casa de Saúde da Boavista, através de uma técnica simples mas dotada de necessidades técnicas e tecnológicas, é possível reverter essa obstrução através de cateterismo seletivo e tratamento endovascular, com implante de uma stent, permitindo assim um eficaz controlo deste tipo de hipertensão.
CORREÇÃO MINIMAMENTE INVASIVA DE VARIZES
A insuficiência venosa superficial, conhecida como varizes, está reconhecidamente associada a perda de qualidade de vida pelos sintomas e complicações que produz (dor, inchaço, tromboflebites), além do enorme impacto estético na imagem pessoal.
O tratamento deve ser precoce e integrado. Desde o diagnóstico inicial, cuidados gerais e medicação apropriada até às técnicas avançadas de tratamento minimamente invasivo, onde se incluem o Laser, a Radiofrequência, a injeção eco-guiada de Espuma, entre outras, a resolução eficaz e com o máximo de resultados estéticos está no centro da preocupação.
Na Casa de Saúde da Boavista temos disponíveis todos os instrumentos e técnicas para garantir o mais avançado tratamento das suas varizes. Garantindo o máximo resultado estético com o mínimo de agressividade possível, agora com possibilidade de tratamento com anestesia local, estamos empenhados em garantir os mais altos padrões de qualidade, de uma forma segura e eficaz, com acompanhamento permanente.
STENTING VENOSO
O síndrome pós-trombótico que se inicia após uma trombose venosa profunda, é reconhecidamente uma causa de enorme impacto na saúde, atingindo 80% dos doentes. A longo prazo é responsável não só por inchaço e dor crónica, alterações progressivas da pele e varizes recorrentes, como também úlceras venosas resistentes e destrutivas.
Uma das causas mais frequentes é a obstrução do sistema venoso profundo secundário à trombose, que impossibilita a normal circulação, aumentado a pressão nas veias da perna. Em alguns casos, em especial em mulheres jovens, essa obstrução é acompanhada por uma variação genética, chamada Síndrome de May-Thurner, responsável por edema ou inchaço desde idade jovem, até varizes recorrentes e trombose venosa.
Na Casa de Saúde da Boavista estamos cientes da necessidade de acompanhamento destes doentes desde a fase inicial. Desde o diagnóstico precoce ao tratamento endovascular com desobstrução venosa por cateterismo e implante de stent, é possível tratar eficazmente a origem do problema. Temos ainda uma equipa multidisciplinar especializada no tratamento das complicações como úlcera venosa, recorrendo a técnicas de desbridamento, pressoterapia, terapia de pressão negativa ou drenagem linfática.
Tenho varizes. Que cuidados devo ter?
Se tem varizes, se já foi tratado (seja por esclerose, radiofrequência/laser ou cirurgia) ou se tem alterações mais marcadas como pigmentação da pele e antecedentes de úlcera venosa, os cuidados deverão ser redobrados.
Manter cuidados de atividade física, resguardar-se em locais mais frescos nos períodos de maior calor e frequentar a praia nas alturas de menor intensidade solar e temperatura, são fundamentais. Coloque um protetor solar de elevado grau para evitar pigmentações e refresque frequentemente as pernas. Será recomendado a toma de fármacos, sendo os mais frequentes os venotrópicos, para promoção da redução do edema e da inflamação.
Em doentes com formas mais avançadas de doença venosa e linfática, será muitas vezes recomendada a utilização de meia elástica e drenagem postural durante o verão. Nesses casos, como em doentes já tratados, a avaliação antes do verão pela equipa de Cirurgia Vascular é recomendada para aconselhamento e eventual tratamento conservador protetor.
O que devo fazer para manter as minhas pernas saudáveis no verão?
A chegada do verão é sempre acompanhada de um bem-estar físico e mental, com aumento prolongado de exposição ao sol ou a fontes de calor. Para os amantes da água e da praia, os banhos frios e o caminhar pela areia são uma atividade frequente.
Se não tem doença venosa ou linfática, como varizes ou edema (vulgar retenção de líquidos), é recomendava ainda assim um estilo de vida saudável neste verão. Mantenha alguma atividade física, onde o caminhar pela areia é recomendável, pela estimulação muscular mais intensa. Banhos frios, seja mar ou piscina, promovem a contração dos vasos, diminuindo o inchaço e vitalizando a circulação venosa. Evite, contudo, exposição solar intensa pelas razões obvias de saúde da pele, mas também para diminuir a dilatação vascular, um dos fatores associados ao inchaço, aos sintomas de estase e ao aparecimento de varizes.
Sinto inchaço e um peso progressivos nas pernas. O que devo fazer?
O edema ou inchaço progressivo e mais marcado no final do dia, em especial se associado a dor e peso nas pernas, é um dos sinais mais precoces e importantes no diagnóstico de varizes, atingindo mais de 50% dos doentes acima dos 50 anos.
A insuficiência venosa, caracterizada por dilatação da parede das veias e consequente onda de refluxo, promove, ao contrário das veias normais, uma diminuição da drenagem do sangue das pernas e consequente aumento da pressão dentro das veias. Essa pressão aumentada, que pode atingir 100 milímetros de mercúrio no tornozelo, leva ao extravasamento de liquido pela parede dos vasos, resultando em inchaço progressivo e consequente peso e dor.
Em estádios iniciais da doença, não havendo muitas vezes varizes tronculares visíveis, há já insuficiência dos troncos venosos superficiais com os efeitos descritos. Essa fase é essencial o diagnóstico, onde o Eco-Doppler é fundamental, devendo ser feito por profissionais experientes no mapeamento das veias.
Como o diagnóstico, o tratamento precoce é essencial, para evitar progressão dos sintomas, da pigmentação da pele e do aparecimento de varizes tronculares. Permite ainda que o tratamento por técnicas avançadas e minimamente invasivas, como a Radiofrequência e o Laser, seja feita praticamente sem incisões na pele, garantindo um tratamento eficaz, seguro e com rápida recuperação.
Já fui operada(o) por duas vezes e continuo com varizes. O meu problema têm solução?
Esta será provavelmente uma das, senão a pergunta que mais frequentemente fazem os doentes com varizes já intervencionadas. Trata-se de um mito da verdade e da verdade de um mito!
É verdade que a doença venosa, pela fragilidade da parede dos vasos sanguíneos nas pernas e desenvolvimento de refluxo venoso, é uma doença crónica. Mas que pode ser progressiva ou não. São muitos os fatores de que depende o aparecimento de novas varizes: grau de doença, tipos de tratamento previamente realizados, locais de tratamento prévio, técnica utilizada, cuidados após a intervenção, entre outros. Depende por isso da doença, do doente e do cirurgião.
Recomenda-se atualmente um estudo exaustivo da doença venosa, da origem, dos mecanismos de refluxo, das complicações associadas, de fatores que aumentem a pressão venosa central, de forma a poder ter o prognóstico mais exato possível da sua doença venosa. O correto estudo e tratamento dirigido para a origem e mecanismo das varizes é fundamental. São frequentes os casos de recorrência e recidiva de varizes onde doenças como compressão venosa profunda (Sindroma de May-Thurner ou de Cockett) ou refluxo pélvico (Síndroma de Congestão Pélvica ou Nutcracker) não são diagnosticadas corretamente, com complicações muitas vezes graves como a ulceração da perna.
Há inda assim vários fatores que podem levar ao aparecimento de varizes. As veias previamente normais na cirurgia anterior, e que por isso não removidas, podem tornar-se varicosas com o tempo, pelos mesmos fatores que originaram as primeiras. Não se trata de erro do tratamento, mas da referida progressão da doença. Alguns doentes assumem formas mais agressivas da doença, podendo gerar novas veias, a chamada angiogénese venosa, uma das formas mais agressivas e que necessitam de acompanhamento apertado e tratamento regulares.
Mais frequente ainda são fatores relacionados com os cuidados após tratamento. Cuidados de higiene venosa, exercício físico, alimentação saudável, evitar excesso de peso ou ortostatismo prolongado são fundamentais. Utilização regular de meia de descanso ou elástica são importantes no bombeamento do fluxo venoso das pernas e da promoção da saúde venosa. A boa saúde das pernas depende tanto da doença e do tratamento, como dos cuidados e rigor do doente.
Um conselho: não desista. A doença venosa é frequente e pode ser agressiva, mas um estudo, acompanhamento e tratamento precoce e atempado são fundamentais para uma vida saudável e de bem-estar, na grande maioria dos casos sem aparecimento de novas varizes.
Aconselhe-se junto da Clinica de Cirurgia Vascular para integração da sua doença, a melhor forma de prevenção e tratamento. Necessitando muitas vezes de técnicas dispares e ajustadas de tratamento, escolha sempre uma equipa especializada e experiente em diferentes técnicas de correção de varizes, desde a esclerose liquida à espuma, superficial ou eco-guiada profunda, do laser e radiofrequência de varizes tronculares até à angioplastia e stenting venoso ou embolização venosa percutânea, para uma terapêutica mais integrada e eficaz possível.
As varizes são um problema hereditário?
A insuficiência venosa desenvolve-se progressivamente pela transformação da estrutura da parede das veias, com inflamação e deposição de componentes de tecido conjuntivo (colagénio) que as torna menos elásticas e menos resistentes à pressão, com consequente dilatação das veias e refluxo valvular (ciclo vicioso negativo). Essa fraqueza da parede das veias, assim como a velocidade desse processo inflamatório depende de vários fatores, sendo o genético um dos mais importantes. Atinge, como se sabe, mais de 3 milhões de pessoas em Portugal.
São vários os fatores que promovem o aparecimento de varizes: historia familiar, gravidez, alterações hormonais, excesso de peso, sedentarismo, ortostatismo e posição de sentado prolongados, entre outros. Sendo uns dos fatores mais preponderantes que outros, a presença de varizes nos familiares de primeiro grau, em especial se atingirem consecutivamente as gerações mais próximas, são um sinal de alerta fundamental no diagnóstico precoce e prevenção da evolução da doença, seja inicial ou para fases bem mais graves como a pigmentação cutânea ou a úlcera venosa.
Se apresenta história familiar de varizes, em especial com antecedentes cirúrgicos ou úlcera venosa, observe atentamente as suas pernas e procure sinais e sintomas de alarme, como a presença de derrames, varizes tronculares, inchaço, peso ou cansaço marcado no final do dia. Se apresentar algum destes sinais ou sintomas, procure uma avaliação especializada de Cirurgia Vascular para um diagnóstico, prevenção ou tratamento o mais precocemente possível.
Qual a melhor altura para tratar das minhas pernas?
Um dos fatores agressores que mais promove a pigmentação, tal como o bronzeado, são os raios UV solares. Dessa forma, não é recomendada a exposição solar durante essas 8 semanas, assim como exposição a fontes de calor, para evitar o prolongamento da inflamação. Deve, portante, evitar-se a realização de esclerose/secagem durante os períodos de maior exposição solar – normalmente de junho a setembro.
A escleroterapia ou secagem, é um dos tratamentos mais frequentemente utilizados para tratamento de varizes, na grande maioria para os trajetos de varizes superficiais como os derrames.
Apesar de ser uma técnica muito pouco invasiva e sem repercussões fisiológicas significativas, podendo manter a atividade diária sem grandes restrições, promove a inflamação dos vasos tratados, assim como dos tecidos circundantes. Essa inflamação prolonga-se durante 6 a 8 semanas, havendo nesse período riscos de pigmentação que variam de 10 a 30%.
Aconselhe-se junto da equipa de Cirurgia Vascular, para avaliação dos seus derrames, para planeamento integrado e completo do seu tratamento, com os resultados mais seguros e eficazes possíveis.
O que é o tratamento de varizes por laser?
O tratamento de varizes por Laser deve ser dividido em duas formas: Laser para tratamento de varizes tronculares (vulgarmente chamadas de varizes “internas”) e Laser cutâneo para tratamento de derrames.
No primeiro tipo, Laser para varizes tronculares mais profundas, o tratamento da estrutura varicosa passa pela introdução de uma fibra por acesso percutâneo guiado por eco-Doppler, onde após posicionamento correto, a libertação controlada e estável de energia sob a forma de calor permite a oclusão e fibrose da veia (veia grande safena, por exemplo). Trata-se de uma técnica semelhante à Radiofrequência, feita várias vezes com anestesia local, com rápida recuperação, e praticamente sem cicatrizes.
O Laser cutâneo, segundo tipo descrito, foi um recurso utilizado com muita frequência no passado para tratamento de derrames superficiais, em conjugação ou substituição da clássica secagem ou escleroterapia liquida. Com a evolução da escleroterapia, com a introdução das técnicas de espuma, esclerose eco-guiada e agulhas ultra-finas, tornou a secagem novamente a técnica preferencial nos derrames, praticamente indolor e com excelentes resultados a curto e longo prazo.
Mais ainda, e à luz das recomendações sobre tratamento de doença venosa publicadas pela Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular, a esclerose por Laser cutâneo tem uma taxa de falência de até 25%, além de risco superior de pigmentação, sendo atualmente uma técnica de segunda linha, reservada para tipos específicos de varizes. Existem, contudo, novos aparelhos de Laser a serem introduzidos no mercado, cuja validação de resultados podem tornar a técnica mais segura e eficaz.
Radiofrequência e Laser de Varizes: como se processa?
Radiofrequência e Laser são inovadoras técnicas endovasculares de tratamento de troncos varicosos, de que são exemplos a veia grande e a pequena safena. Permitem, por uma milimétrica incisão, bloquear ou ocluir a referida veia, através de método térmico a quente, evitando a sua remoção e as complicações associadas, como as hemorragias e os hematomas. Aquelas técnicas permitem, ainda, resultados estéticos máximos e uma rápida recuperação, em média, 3 a 5 dias, o que faz com que sejam hoje técnicas especializadas de eleição no tratamento de varizes.
Cirurgia Clássica de Varizes: passado ou presente?
A cirurgia clássica é, ainda hoje, um dos métodos mais utilizados para tratamento de varizes, em especial na presença de varizes superficiais, em condições clínicas e anatómicas específicas. É igualmente uma terapêutica auxiliar nas técnicas mais avançadas e minimamente invasivas para o tratamento de varizes, tal como a Radiofrequência, o Laser e a Cola biológica.
É, contudo, importante referir que, à semelhança da evolução tecnológica no tratamento não cirúrgico de varizes, a cirurgia clássica é hoje realizada recorrendo a gestos, materiais e fármacos específicos que a tornam também minimamente invasiva, permitindo uma recuperação rápida e resultados estéticos máximos.
Escleroterapia ou Secagem de Varizes: de que falamos?
A esclerose, ou secagem de varizes, como é designada mais frequentemente, é atualmente uma das técnicas mais utilizadas para tratamento de varizes, sobretudo nos pequenos raios ou derrames na pele. Recorrendo a uma substância específica na forma líquida ou na inovadora formação de espuma, através de uma microinjeção no trajeto varicoso, a secagem de varizes permite criar uma inflamação controlada do vaso, originando a sua reabsorção definitiva. São normalmente necessárias várias microinjeções por sessão, realizadas no consultório, para garantir ótimos resultados.
O efeito inflamatório prolonga-se entre 6 a 8 semanas, razão pela qual os tratamentos devem ser realizados, preferencialmente, no período de outono e até à primavera, diminuindo o risco de pigmentação associada à exposição solar.
Escleroterapia de Varizes: tratamento definitivo?
A escleroterapia origina uma reação local na variz que permite a sua reabsorção permanente e definitiva. O aparecimento de novos raios ou derrames é uma realidade. No entanto, isso acontece devido à doença venosa em causa, mas nunca nas mesmas varizes já tratadas. Importa, assim, referir que a doença venosa é uma doença crónica e evolutiva, na qual a vigilância e cuidados permanentes são essenciais no resultado clínico e estético futuro, evitando o agravamento rápido da doença.
Escleroterapia de Varizes: quantos tratamentos são necessários e qual o tempo de recuperação?
A esclerose, ou secagem de varizes, é um tratamento realizado com intervalo médio de 2 a 4 semanas entre sessões, dependendo do grau de doença e do tipo de tratamento. Dessa forma, o número de tratamentos dependerá, igualmente, da evolução e da complexidade da doença, sendo altamente recomendável o inicio terapêutico o mais cedo possível.
O tempo de recuperação é praticamente inexistente. Pode iniciar a atividade diária normal logo após terminar a sessão, sendo, contudo, recomendável o uso de meia elástica compressiva, em média, durante 7-14 dias, conforme conselho do seu médico especialista.
Radiofrequência e Laser de Varizes: quem pode ser tratado através destas técnicas?
O melhor tratamento para as suas varizes depende de várias condicionantes clínicas e anatómicas, sendo fundamental a avaliação médica especializada. Após a avaliação clínica inicial, é, normalmente, realizado um pormenorizado estudo anatómico, por ecografia, através do qual são tiradas conclusões sobre o prognóstico e o melhor tratamento para cada doente. As técnicas minimamente invasivas, como Radiofrequência e Laser, em terapêutica única, ou combinada com outros métodos, permitem, neste momento, o tratamento de mais de 90% dos doentes, com óbvias vantagens estéticas e com rápida recuperação.
Radiofrequência e Laser de Varizes: quanto tempo de repouso é necessário?
Radiofrequência e Laser, sendo atualmente técnicas minimamente invasivas e de eleição no tratamento de varizes, permitem uma recuperação rápida e segura, não necessitando de repouso absoluto. São técnicas que permitem, em múltiplas situações, que se possa realizar o tratamento, sem necessitar de internamento, podendo ter alta no próprio dia.
Após uma intervenção por Radiofrequência ou Laser, são fornecidas indicações, nesse momento, para terem início pequenas caminhadas no domicilio, recomendando-se apenas alguns períodos intermitentes de repouso nos primeiros 3 a 5 dias. Após esse período inicial, será aumentada progressivamente a carga diária, sendo expectável uma atividade normal ao fim de 7 a 10 dias, dependendo do grau inicial de doença.
Trombose venosa e tromboflebite: quais os riscos?
A doença venosa, apesar de não ser o único fator responsável pelas tromboflebites e tromboses venosas profundas, é reconhecida como um importante fator de risco. Sintomas de dor e calor progressivo, no inicio, em especial se apresentar uma zona de varizes com inflamação e dor à palpação do local, são indicadores quase exclusivos de uma tromboflebite. Mais grave, ainda, é a trombose venosa profunda, responsável por cerca de 90% das embolias pulmonares com riscos significativos de vida, caraterizada por dor, coloração arroxeada e inchaço súbito da perna, sem causa aparente.
Pelos riscos de trombose profunda e tromboflebite da perna, assim como a natureza progressiva da doença venosa, recomendamos a avaliação, despiste e tratamento das suas varizes, o mais cedo possível.
Varizes e Sindroma de May-Thurner, qual a relação?
A síndroma de May-Thurner é uma alteração congénita anatómica que promove o aumento da pressão venosa profunda e superficial do membro inferior esquerdo, secundário à obstrução de fluxo da veia ilíaca comum esquerda (ao nível da pelve).
Na pelve mais proximal (correspondente à extremidade mais inferior da coluna lombar e superior do sacro), existe o cruzamento de uma artéria (ilíaca comum direita) e de uma veia (ilíaca comum esquerda) profundas, esta ultima passando atrás da artéria e à frente da coluna. Como a veia é mais frágil e a artéria mais espessa e resistente, se este espaço for reduzido origina compressão sob a veia, podendo mesmo levar à obstrução total. Apesar da obstrução ser dinâmica (varia com fluxo e pressão sanguínea e pressão abdominal), ou seja, não causada por trombose, este efeito promove um atraso na drenagem de sangue venosa na perna e pelve à esquerda, levando à maior pressão venosa.
Este fenómeno pode resultar no inchaço, dor e cansaço mais pronunciados à esquerda, como aparecimento de varizes atípicas (face medial e posterior da coxa, na região púbica, parede abdominal ou virilha) ou, em casos mais graves, de pigmentação, ulceração distal na perna e até trombose venosa profunda.
Se tem sintomas mais intensos à esquerda, se já foi operada(o) ás varizes mais que uma vez à esquerda e continuam a aparecer varizes em locais pouco habituais, se tem varizes em zonas como púbis ou parede abdominal inferior ou até já teve uma trombose venosa profunda, procure aconselhar-se junto de uma equipa de Cirurgia Vascular experiente e especializada. O diagnóstico atempado é fundamental, tal como tratamento, para evitar complicações grave e incapacitantes do membro.