Exposição de fotografia IDÊNTICAS NÃO SÃO IGUAIS

8 DE SETEMBRO A 8 DE NOVEMBRO | GALERIA CSB

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No âmbito das comemorações do seu 90º aniversário, a Casa de Saúde da Boavista tem o prazer de convidar para a inauguração da exposição fotográfica “IDÊNTICAS NÃO SÃO IGUAIS”, de Claúdia Vieira, com curadoria de Alexandra Matias, no próximo dia 8 de setembro de 2024, 11:00 horas.

A exposição estará patente de 8 de setembro a 8 de novembro.

IDÊNTICOS NÃO SÃO IGUAIS

“Uma identidade a duas vozes. Uma história escrita a quatro mãos. Gémeos idênticos e a procura do sentido individual de Identidade.
Apesar da sua enorme semelhança, e contrariamente ao que seria de esperar, descobertas recentes mostram que as diferenças fenotípicas (características exteriores), assim como genéticas, entre gémeos “idênticos” são a regra e não a exceção. O que torna a expressão “gémeos idênticos” cada vez mais inadequada. Estamos perante uma combinação de influências genéticas, epigenéticas e ambientais que ocorreram durante os períodos pré-natal, perinatal e pós-natal.
É esta combinação complexa e dinâmica de múltiplos fatores que se conjuga para moldar o genótipo (constituição genética) e redefinir o fenótipo (de aparência exterior) dos dois indivíduos: nenhum será jamais uma cópia fiel.

O fenómeno da divisão de um zigoto (ovo) único em dois, três ou quarto embriões é raro. Representa uma anomalia reprodutiva com desfechos desfavoráveis mais frequentes devido à maior incidência de malformações fetais e placentárias específicas. No caso de gémeos idênticos, a única característica que eles realmente partilham é a origem num único ovócito fertilizado. Portanto, o termo “gémeos monozigóticos” descreve a sua origem real ao contrário do processo de placentação. Embora o seu ADN seja praticamente o mesmo originalmente, o meio uterino pode ligar e desligar vários genes responsáveis pela variabilidade que finalmente aparecerá entre as duas linhas celulares. Na verdade, os gémeos monozigóticos podem exibir alterações epigenéticas que afetarão o perfil da sua expressão génica.
Essas diferenças vão-se tornando maiores e mais evidentes com a idade e o envelhecimento.
Estas fotografias procuram ser assim a extensão artística e a tradução em papel da diferença na dualidade quase igual: o poder da cor a ilustrar a genética. A fotografia de autor a desenhar ciência com arte.
Esta série fotográfica é constituída por gémeos de diversas idades de forma a explorar a dinâmica entre irmãos e a sua relação ao longo do tempo. Os retratos mostram as diferentes personalidades, características físicas que os podem unir ou separar dependendo do contexto familiar e das escolhas de vida. Esta série questiona o que significa ser gémeo e qual o sentido do ‘eu’ na relação entre irmãos através de um olhar intimista da câmara.

À primeira vista parecem iguais, mas nem tudo o que parece é.”

Alexandra Matias

Alexandra Matias nasceu no Porto, em 1964. Nos últimos 35 anos tem dedicado a sua vida profissional à mulher e ao feto. Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1988 e rumou a Heidelberg com uma bolsa da Fundação Alexander von Humboldt Stiftung. Realizou o Doutoramento em Medicina em 2000 e fez a Agregação em 2007 com uma aula dedicada aos Gémeos Monozigóticos. Em 2021 tornou-se Professora Catedrática de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Em 2002 obteve a Competência em Ecografia Obstétrica e Ginecológica pelo Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia. Em 2010 assumiu a presidência da Associação Portuguesa de Diagnóstico Prénatal.
É médica na Portoclínica e na Casa de Saúde da Boavista.

Recentemente criou a página no Instagram agingbackclub e o Agingback podcast. Tem mais de 300 publicações em revistas indexadas com mais de 3000 citações, e soma 12 prémios internacionais. O interesse pelo rastreio e diagnóstico pré-natal, levou-a à invenção de um marcador ecográfico de 1º trimestre para rastreio de cromossomopatias e cardiopatias, que foi estendido aos gémeos com placentação monocoriónica para rastreio de síndrome de transfusão feto-fetal. Este trabalho culminou na publicação de um livro na Elsevier (2020), EUA, intitulado “Developmental and fetal origins of differences in monozygotic twins: from genetics to environmental factors”.

A paixão clínica aliada à arte, resultou na realização de três exposições fotográficas com fotógrafos de renome, nomeadamente com Claúdia Rocha, “Monozigóticos: a diferença na igualdade” no Museu da História Natural e Ciência, no Porto.

Cláudia Rocha nasceu no Porto, em 1984. Na última década tem dedicado a sua vida profissional à fotografia de interiores e também de retratos. Concluiu, em 2008, a sua formação em arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e rumou a Londres, para estudar cinematografia na Goldsmiths, University of London.
Foi durante esta formação que as técnicas de storytelling lhe despertaram o interesse em contar histórias de diferentes pessoas e explorar através do retrato o sentido de identidade.
Em 2019, fotografou artistas drag nas suas casas, em Londres, numa série intitulada de In the Eyes of Queens and Kings.
O trabalho, composto por mais de 20 retratos, foi selecionado para o prémio Portrait of Britain e posteriormente publicado no livro que reúne as 200 melhores fotografias. Em 2021, a série foi exposta no espaço aSede, no Porto.

Seguindo a motivação de captar a essência individual de cada um, Cláudia Rocha mostrou as diferenças dos gémeos monozigóticos
na exposição Monozigóticos: a diferença na igualdade, em colaboração com a prof. Alexandra Matias e exposta no Museu da História Natural e Ciência, no Porto, em 2023.
Cláudia Rocha colaborou com diversos artistas e marcas internacionais e tem trabalhos publicados em jornais e revistas no Reino Unido, EUA e Portugal, como a House & Garden, New York Magazine, Attitude, entre outras.

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