Já fui operada por duas vezes e continuo com varizes. Não têm solução?

Esta será provavelmente uma das, senão a pergunta que mais frequentemente fazem os doentes com varizes já intervencionadas.
Trata-se de um mito da verdade e da verdade de um mito!

É verdade que a doença venosa, pela fragilidade da parede dos vasos sanguíneos nas pernas e desenvolvimento de refluxo venoso, é uma doença crónica. Mas que pode ser progressiva ou não. São muitos os fatores de que depende o aparecimento de novas varizes: grau de doença, tipos de tratamento previamente realizados, locais de tratamento prévio, técnica utilizada, cuidados após a intervenção, entre outros. Depende por isso da doença, do doente e do cirurgião.

Recomenda-se atualmente um estudo exaustivo da doença venosa, da origem, dos mecanismos de refluxo, das complicações associadas, de fatores que aumentem a pressão venosa central, de forma a poder ter o prognóstico mais exato possível da sua doença venosa. O correto estudo e tratamento dirigido para a origem e mecanismo das varizes é fundamental. São frequentes os casos de recorrência e recidiva de varizes onde doenças como compressão venosa profunda (Sindroma de May-Thurner ou de Cockett) ou refluxo pélvico (Síndroma de Congestão Pélvica ou Nutcracker) não são diagnosticadas corretamente, com complicações muitas vezes graves como a ulceração da perna.

Há ainda assim vários fatores que podem levar ao aparecimento de varizes.
As veias previamente normais na cirurgia anterior, e que por isso não removidas, podem tornar-se varicosas com o tempo, pelos mesmos fatores que originaram as primeiras. Não se trata de erro do tratamento, mas da referida progressão da doença. Alguns doentes assumem formas mais agressivas da doença, podendo gerar novas veias, a chamada angiogénese venosa, uma das formas mais agressivas e que necessitam de acompanhamento apertado e tratamento regulares.

Mais frequente ainda são fatores relacionados com os cuidados após tratamento. Cuidados de higiene venosa, exercício físico, alimentação saudável, evitar excesso de peso ou ortostatismo prolongado são fundamentais. Utilização regular de meia de descanso ou elástica são importantes no bombeamento do fluxo venoso das pernas e da promoção da saúde venosa. A boa saúde das pernas depende tanto da doença e do tratamento, como dos cuidados e rigor do doente.

Um conselho: não desista. A doença venosa é frequente e pode ser agressiva, mas um estudo, acompanhamento e tratamento precoce e atempado são fundamentais para uma vida saudável e de bem-estar, na grande maioria dos casos sem aparecimento de novas varizes.

Aconselhe-se junto da Clinica de Cirurgia Vascular para integração da sua doença, a melhor forma de prevenção e tratamento. Necessitando muitas vezes de técnicas dispares e ajustadas de tratamento, escolha sempre uma equipa especializada e experiente em diferentes técnicas de correção de varizes, desde a esclerose liquida à espuma, superficial ou eco-guiada profunda, do laser e radiofrequência de varizes tronculares até à angioplastia e stenting venoso ou embolização venosa percutânea, para uma terapêutica mais integrada e eficaz possível.

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