Síndrome da Boca Ardente
A psicologia para a perfeita intervenção
A Síndrome da Boca Ardente (SBA) é uma patologia crónica que cursa com sensação de ardor da mucosa oral, sem lesões clínicas evidentes. A dor está localizada principalmente na língua, mas também pode incluir palato duro, gengiva, lábios e faringe. Normalmente é uma dor recorrente, com queixas diárias, por mais de 2 horas, durante mais de 3 meses com maior prevalência em mulheres pós-menopáusicas e em faixas etárias mais avançadas.
O diagnóstico de SBA é muitas vezes feito por exclusão de outras patologias, e deve incluir uma entrevista para analisar a qualidade e a quantidade da dor. A etiologia permanece desconhecida e o tratamento continua em debate.
Estudos evidenciam o envolvimento de fatores psicológicos ligados a esta doença, sendo a ansiedade e a depressão as comorbidades que parecem mais comuns. Os pacientes atingidos por esta síndrome sofrem de um problema que muitas vezes é difícil de explicar aos outros, sendo incompreendidos inclusive por amigos e parentes. A indisponibilidade de medicamentos específicos e a dificuldade de encontrar alívio leva ao aumento do risco de frustração por parte das pessoas com esta queixa. Poucos experimentam uma remissão espontânea dos sintomas, o que pode gerar um sério impacto sobre vida quotidiana.
Alguns psicólogos têm comprovado que as doenças, além de serem provocadas por agentes externos como bactérias, vírus ou outros, também podem estar ligadas a fatores biológicos internos, sujeitos a enfraquecer a defesa do corpo contra os múltiplos fatores de doença. Estes fatores internos estão diretamente ligados à disposição psíquica da pessoa, o que significa que a atitude interna do doente frente à doença pode influenciar a maneira como a ocorrência da mesma é experimentada, entendida, vivida e superada.
Face a estas contribuições, nota-se a importância de uma abordagem multidisciplinar considerando o ser humano como um ser que possui dimensões várias, mas integradas entre si. É possível supor que, se através da psicoterapia for despertado no interior do paciente que sofre com SBA, a sua vontade e decisão a favor da vida, o tratamento da doença tende a ser beneficiado. Com esta intervenção, o paciente pode tornar-se mais forte e disponível interiormente para alcançar um estilo de vida pessoal que lhe é adequado e que lhe garanta a melhor realização interior de sentido, independente de como se modificam as condições da sua vida.
Através da psicoterapia é possível capacitar a pessoa para a cura, a lidar com as situações negativas da doença promovendo uma predisposição interior de esperança e expectativa positiva, que a motivem a cooperar com o tratamento e assim conquistar maior qualidade de vida, saúde e bem-estar.
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